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quarta-feira, dezembro 29, 2010

A vida por um fio e por inteiro



Elias Knobel, cardiologista de 61 anos de existência, 33 deles devotados à liderança do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, instituição que ele contribuiu para criar, inaugurada em 1972, passa boa parte de seus dias no interior de uma UTI, onde mais que em qualquer lugar do mundo é possível testemunhar a guerra contra a morte, pela preservação da vida. É neste ambiente que se desenrolam as várias histórias presenciadas e narradas por este médico, autor de mais de 50 livros técnicos, entre eles Condutas do Paciente Grave, um dos mais vendidos na área médica em todo o país. Em seu livro mais recente, o único direcionado a um leitor comum, ele traduz os eventos mais expressivos de seus anos de combate incessante a favor da vida, neste meio onde os enfermos se encontram presos à existência por um fio muito tênue.
Em A vida por um fio e por inteiro Knobel tece meditações sobre a complexa interação entre o médico e seus pacientes, de uma forma fluente, ágil, propiciando uma leitura de fácil digestão. Além disso, ele não sobrecarrega o público leigo com um discurso específico e árduo; pelo contrário, o autor opta por um estilo didático e saboroso.
Ele discorre sobre o estado emocional dos médicos que circulam por este meio, no qual o mínimo lapso, a menor adversidade pode provocar a iminência da morte; o cardiologista demonstra o quanto estes profissionais são abalados em sua esfera psíquica; conforme afirma Elias, é impossível que alguém permaneça impassível diante dos quadros que se desdobram em cada UTI.
Knobel comprova nesta obra, de forma concisa e exata, do ponto de vista de um especialista no campo sobre o qual discorre, que realmente conquistou a experiência necessária para conviver neste ambiente, com esta modalidade profissional, não somente em seu ângulo acadêmico, mas também e principalmente no quesito existencial.
Conforme o leitor avança nesta leitura, percebe que neste contexto é impossível manter as aparências, permanecer atrelado às máscaras sociais. No ambiente hospitalar eventos inusitados se desenrolam, praticamente provando que a realidade imita a arte, ou vice-versa.
O cardiologista é tão apaixonado por sua profissão que, apesar de estar posicionado como vice-presidente do hospital há dois anos, mantém suas idas cotidianas à UTI, na qual ele tem sob sua supervisão cerca de 400 funcionários, e os pacientes que ocupam 40 leitos na intensiva, 41 na semi-intensiva, 22 na coronária.
Além dos casos fantásticos que se desenrolam nos bastidores da UTI, o leitor também conhecerá um pouco melhor o próprio autor, vivenciará os obstáculos, as provocações do destino, as aquisições do profissional e do ser humano. Terá igualmente a oportunidade de compartilhar de seu ponto de vista sobre os mecanismos que regem atualmente a esfera da saúde, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Fontes:
http://www.knobel.com.br/site/235/
http://www.glorinhacohen.com.br/subitemMenu.asp?idMateria=4653

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